domingo, 5 de dezembro de 2010

Cem anos de solidão - Gabriel Garcia Marquez



Nenhuma resenha poderá te trazer tamanho deleite como a própria leitura da obra. Macondo é o nome da cidade criada e destruída. Local de natureza exuberante onde personagens incríveis vivem. Em cem anos a história de uma família - os Buendía. Tantos personagens, com os mesmos poucos nomes. Entretanto descritos com tanta profundidade que é impossível esquecê-los. Úrsula, Aureliano, José Arcadio, Amaranta, Rebeca, Remedios e as combinações entre esses nomes... Mas não só os Buendías fazem essa história e temos Pilar Terneira (que tinha perdido na espera a força das coxas, a dureza dos seios, o hábito da ternura; mas conservava intacta a loucura do coração), Pietro Crespi, Melquíades (que alcançou a imortalidade), Gerineldo Márquez, Santa Sofia de Piedad, Fernanda, e tantos outros que se invadem, envolvem e arrastam nesses cem anos.
Situações cotidianas triviais, sentimentos atormentados e condições políticas que bem mostram as condições humanas em qualquer época da história. Como os três mil mortos na estação por causa da greve na companhia bananeira, levados pelo trem na escuridão e jogados ao mar. Mas na cidade se dizia “desde a época do Coronel Aureliano que não acontece nada em Macondo”.  As trinta e duas revoluções armadas perdidas, os advogados de paletó e chapéu, o quanto não se pode imaginar que era mais fácil começar uma guerra que terminá-la, e como sempre é tarde quando se descobre os privilégios da simplicidade, a confusão natural entre as guerras internas e as externas, das lutas por ideais abstratos ou circunstâncias políticas e a luta pela própria libertação.
Algumas situações são difíceis de entender na realidade, mas devem ter algum sentido em outra dimensão: a peste da insônia, os dezessete filhos do Coronel Aureliano de dezessete mulheres diferentes, identificados misteriosamente por uma cruz de cinzas na testa e exterminados um por um em uma só noite.  Remedios, a Bela que ascendeu aos céus, as borboletas amarelas que acompanhavam Mauricio Babilonia... A chuva de quatro anos, onze meses e dois dias onde os peixes poderiam entrar pelas portas e sair pelas janelas, navegando no ar!
Gabriel Garcia Marquez consegue marcar pensamentos e corações!

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