Há 10 anos, era uma sexta-feira
como hoje... Seria o dia mais especial da minha vida, mas eu ainda não sabia!
Acordei cedo, pois às 8h começava a aula de Yoga. Estava bem disposta e fiz a
postura SALAMBA SIRSHASANA, em que eu fico de cabeça para baixo, deixando a criança em meu ventre com a cabeça para
cima. Claro que isso deixava minha médica de cabelos em pé, mas eu me sentia
muito bem! Aliás, às 9h30 eu tinha a consulta com a ginecologista, àquela de
acompanhamento das últimas semanas. Ela me avaliou e disse:
-
Ah, essa criança só nasce ano que vem!
Saí
e fui para meu consultório atender alguns pacientes. Na hora do almoço, fui à
casa da minha mãe, mas como não tinha fome, não comi. Ainda me lembro de pensar
que o último ultrassom sugeria um peso de + ou – 3 kg para o bebê!
Como
era o casamento de uma grande amiga, Andressa, fui para o Salão de Beleza
ajudar nas maquiagens! A cada contração, eu desfilava com a barriga dura e
todos colocando a mão: - “Puxa, que barriga bonita! Tá chegando a hora!”
Eu respondia
rapidamente: - Nada! Só ano que vem!
Fui para casa,
tomar banho para o casamento, quando vi a “gosma”... Era o tampão! Uns dos
primeiros sinais de que chegou a hora... Mas também podia não ser... E fui para
o casamento! Lá, ficava cronometrando os intervalos entre as contrações!
Variavam entre 20 e 5 minutos... Nada regular! Devia ser mesmo um alarme falso!
Mesmo assim, não fui para a festa de casamento e liguei para a médica. Ela me pediu para
deitar e contar as contrações na próxima hora e encontrar com ela no
ambulatório da Santa Casa, pois seu consultório já estava fechado. Fui com
cabelo arrumado e maquiagem! Nem levei a malinha do bebê... Afinal eu não
estava sentindo nenhuma dor! Eram 21 horas e a médica me diz: - Vamos nascer?
- Mas como? Eu
não estou sentindo nenhuma dor, nada!
E ela rompeu a
famosa bolsa! Ainda me lembro do líquido quente e fluido escorrendo. Tive medo,
mas estava feliz! Meu pai comprou chocolates, porque eu não tinha comido nada
durante todo o dia. A enfermeira veio com um soro, e eu perguntei se era
Ocitocina. Ela disse que não, mas 5 minutos depois eu tive certeza: era
Ocitocina! As contrações aumentaram demais! Eu até me lembro das dores das
contrações, apesar de saber que quimicamente a mulher esquece para poder ter
outros filhos... Mas o que eu lembro mesmo é do intervalo entre as contrações!
Um relaxamento mágico! Parecia até um sono no céu! Minha mãe me disse que isso
durava alguns poucos segundos... Mas eu me lembro bem!
Também me
lembro do anestesista. Ah, acabaram as dores! Eu já disse que não me lembro de
serem muitas as dores, mas eu pensei em sempre incluir um agradecimento aos
céus pela profissão do anestesista!
Chegou a hora
de fazer força! Vamos! E eu fiz... A médica chamou a enfermeira e disse: -
Ajuda aí!
E ela desceu
o braço sobre meu abdome empurrando para baixo enquanto a médica falava:
- Vamos!
Força!
Pensei que
por ser o primeiro parto, iria ficar ali fazendo força e força a madrugada
toda. Eu fiz a segunda força e ele nasceu! Era meia noite e meia, e já era dia
28!
- É só isso? -
Perguntei abismada.
- Nunca vi
ninguém ganhar neném e perguntar se é só isso! Assim você vai ter uns 10
filhos!
Um menino
lindo! Branco demais! Chorando muito alto! Eu segurei e só conseguia rir! Logo
ele foi com o pediatra e já voltou com roupinha. Sério! Olhava cada uma das
pessoas na sala com aquele olhar profundo que ele tem até hoje... Para mim, era
o olhar do maior amor!
Fomos para o
quarto, ele no meu colo. E eu passei toda a madrugada admirando cada dedinho
das mãos e dos pés... Cada dobra da orelha... O narizinho... A boca tão
desenhada! Na verdade eu não iria dormir todo o próximo mês, tamanha era minha
admiração e amor!
Vanessa, que relato lindo.
ResponderExcluirParabéns ao João e pelo João.
Felicidades sempre.
Obrigada Francisco! Felicidades!!!
ExcluirRealmente, relato lindo, ocasião linda, menino lindo!!
ResponderExcluirO que me chamou muito a atenção é a sua expressão de que acabou de ir a padaria, como se um parto não fosse nada demais, e ainda lendo o "é só isso?" não pude conter umas boas gargalhadas, rsrsrs.
E olha aí, que presentão de Deus. Parabéns a vc e ao João!!!
Obrigada Bruno! Realmente um presentão!
ExcluirAdorei!!!!!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirObrigada Greice!
ExcluirComo um poeta, vc coloca em palavras , os sentimentos de amor e felicidade. Parabéns pelo deleite que nos proporciona pela leitura maravilhosa!
ResponderExcluirObrigada Glaucia!!! Foi um momento especial que lembrei e escrevi para que João sempre se lembre! Um beijooo
ExcluirParabéns ao João e à mãe também.
ResponderExcluirObrigada!!!
ExcluirParabens, João. Que vc traga só alegria para sua mãe, como no dia de seu nascimento. Parabens Vanessa, por tudo que escreveu, pois, me senti na sala de parto com vc, tamanha descrição dos fatos. VC e ele estavam e estão lindos.
ResponderExcluirAbraços, Wanderley e Emilia
Obrigada Wanderley e Emília! João sempre trás alegrias! Bjooo
ExcluirA violência preciosa de nascer. Bonito!
ResponderExcluirQta emoção no seu relato amiga, mto lindooo! É uma delícia ve-los juntinhos o tempo todo. Bjsss
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