quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

O não dito

Existe           algo
 
que não pode ser dito,
 
que não se escreve,
 
mas inflama.


E tem gente que tenta explicar, 

Ah, os poetas...


É preciso riscar o fósforo

calor requer atrito

poemas
dizê-los sempre
todos
nunca guardá-los
ou um dia saberão a mofo
feito a vida que se adia

às lenhas da poesia
na vida e na arte
não basta o sopro
é preciso riscar o fósforo
queimar-se

(Daniela Damaris)



Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade
É servir a quem vence o vencedor,
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade;
Se tão contrário a si é o mesmo amor?
(Luís de Camões)

"Seus dedos na minha pele são arrepios. Todos os pelos, curiosos, levantam-se para ouvir o suspiro. E, comemorando a vitória da pele sobre as palavras, acompanham os seus dedos, arrepiando-se, arrepiados. Seus dedos que, de tão leves, escorregam sobre minha pele, cortando-me em quatro pedaços." - Rita Apoena

Ser amado é consumir-se na chama. Amar, é luzir com uma luz inesgotável. Ser amado é passar; amar é durar.
(Rainer Rilke)
"Se amor é remédio, ele é daqueles cheios de efeitos colaterais e de reações adversas. Seria divertido escrevermos a bula do amor. É o que os poetas tentam todos os dias, em um trabalho infinito, pois sempre falta algo a dizer."                      (Jorge Forbes)

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